Alguém tem amigos em Luang Prabang?
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mg Começou por ser uma cidade sem amigos, mas ao final do pequeno-almoço já éramos três. Ao final do primeiro dia éramos quatro, e nos dias seguintes fomos cinco, quatro, três, seis e três outra vez. A verdade é que em Luang Prabang nunca mais voltámos a ser as duas.
Há muito que estávamos a caminho. Fazia uma semana que esperávamos chegar a esta pequena cidade afrancesada no colo do Mekong. Uma semana para encontrarmos esta menina dos nossos olhos, silenciosa, singela, coquete, delicada.
Saímos à rua vestidas de fresco, depois de cinco dias a usar as mesmas calças. Foi a primeira das muitas vezes que atravessámos a rua do night market – a feira de artesanato das coisas bonitas que há por cá e, claro, o merchandise beer lao e as t-shirts same same. Sabe bem caminhar nestas ruas largas de casas estreitas ao jeito parisiense, é bom voltarmo-nos a sentar em cadeiras de jardim nas esplanadas do passeio. Entre os tuk-tuks coloridos encontram-se os carros glamorosos de outra época, a tresandar charme de frente para os bistrôs, onde nem nos atrevemos a entrar. é tudo inesperado. Nunca imaginámos que Luang Prabang fosse esta petite ville, achada entre as densas montanhas do Laos. é inesperada esta procissão de monges cor-de-laranja nas mesmas ruas onde desfilam as elegantes senhoras em linhos e sedas claras, a pedalar as suas bucólicas pasteleiras. E ao lado da patisserie acendem-se as brasas e montam-se as mesas para o laap, o tam màk hung, o sticky rice e as noodle soups.
Cada uma pede a sua, como deve de ser, mas depois o gozo está na partilha e a tua metade é sempre melhor do que a minha. Há baguetes em Luang Prabang, baguetes de frango, baguetes de atum, baguetes de omelete, baguetes com nutella, baguetes com tudo o que quisermos. Foi entre as baguetes do pequeno-almoço que nos apareceu o Madja. Se nos tínhamos despedido com um “vemo-nos por aí”, vimo-nos ali. Duas de paleio e o rapaz, a medo, lá pediu para se juntar a nós. Ora nós, que nos estávamos a queixar de não termos amigos em Luang Prabang, não quisemos mais nada, agarrámos no Madja e fomos passear.
Seguimos o rio, procurámos por templos, perdemo-nos, encontrámo-nos e descobrimos que todos os caminhos vão dar ao night market. Aqui as mesas são de todos, traves de madeira com uns plásticos por cima, bancos corridos e é sempre a chegar para o lado. Quem aparece de prato na mão, pede licença e junta-se à mesa. Foi assim que o Niels se juntou a nós, quando já nem havia espaço para os cotovelos, apertou-se mais um espacinho para este holandês acabado de chegar da índia. Pronto. Não houve quem nos calasse, foi conversa para a noite toda.
As dores de barriga continuam a apertar, enjoa-se de vez em quando e o sol queima mais do que nos outros dias. Tenta-se reagir, contrariar, mas a barriga está metida numa embrulhada. Aproveita-se o Utopia para esticar as pernas, encolher mais a barriga e pôr o trabalho em dia. Recuperam-se forças, bebe-se muita água e estamos prontas para outra.
O Jorge disse-nos que era só atravessar a ponte de bambu para chegar “àquele” restaurante de Luang Prabang. E foi tal e qual, passámos a cambaleante ponte de bambu, não escorregámos nas pedras lamacentas, mas em vez de seguirmos directas para o Dyen Sabai, seguimos a música. A mesa já estava posta, convidaram-nos a entrar, aliás, a sentar, a comer e a beber com eles – amendoins apuradíssimos, laranjas com chili, um refogado de verdes e muitos copos de Beerlao e Lao whisky. Eles, estes cinco ou seis laosianos, dos trinta aos cinquentas e tais, a cantar e a beber, felizes e desalmados, não paravam de nos encher o copo. Brindámos, brindámos outra vez, deixámo-nos estar por lá um bom bocado. Para o jantar, agora no restaurante ao lado, um pote de carne em madeira picante e o indispensável sticky rice, numa refeição para bocas “open mind” – dizem eles .
Já para o jantar do dia seguinte havia Xay. Entramos no Lao Lao Garden, nessa hesitação de olhar para todas as caras a ver se vemos a do Xay, mesmo sem fazer a menor ideia de como é que ele é, só sabemos que é um amigo do Jorge. Ao que parece, o Xay anda na mesma figura: “Ana? Bárbara?”, também só sabe que somos as amigas do Jorge. Batemos de frente, metro e meio de Xay salta-nos para cima, e nós, vinte centímetros acima, saltamos para ele. Lá fora esperava-nos outro amigo, o Bandi, a acelerar para a disco. às dez horas da noite, já só restam mais duas para dançar. Mas a discoteca de Luang Prabang não é coisa para “falangs”. é a juventude toda Lao a dar à perna e a beber cervejas com pedras de gelo, a ver se não arrefece, que a noite está ao rubro.
Era suposto: acordar às cinco e meia da manhã para ver os monges, levantar dinheiro, encontrar o Madja e seguir no pick up com as mochilas até à estação de autocarros. é óbvio que nada disto aconteceu. Eram nove da manhã e ainda estávamos a dormir, o pick up era às oito e meia. Uma acorda, estremunhada, em sobressalto, a outra desata a correr em pijama, porta fora até à recepção. O Madja , tristemente a mastigar a ideia de que tinha sido deixado para trás, é apanhado no meio da rebaldaria que ainda estava por vir. Cinco minutos depois, sai a correr a outra, cabelo molhado, mal amanhado, sempre a fugir para ir levantar dinheiro, pegar em duas baguetes, pagar o que havia para pagar, sempre a correr. Dá com o Madja, dá com o Xay. “Xay?” – o que é que o Xay está aqui a fazer. Não importa, ainda bem. Já só falta agarrar nas mochilas e pormo-nos dali a andar. O pick up espera-nos com backpackers impacientes. Duas horas e meia de saltos, abanões, buracos e poças de lama depois, estávamos em Nhong Kiaw.