Cochin I Índia
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às tantas éramos três. O Bunty veio com a mochila.

Chegámos a Cochin cheios de sono, com cãibras nos dedos dos pés e dores nas articulações. Dorme-se tão mal nos autocarros. (Supostamente, os autocarros Volvo AC semi-sleepers são a coqueluche dos buses indianos, prometem bancos rebatíveis, para estender as pernas e esticar as costas, ar condicionado, para aliviar o calor e os cheiretes. Mas se se esticam as pernas, fica-se sem espaço para as mexer, o ar condicionado enregela-nos até aos ossos e o pivete é o mesmo. Não há nada como os nossos comboios.)

Cochin é uma geografia esquisita. Não é uma ilha porque continuam a existir ligações a terra, mas são tão ténues e franzinas que também não se chega a parecer com uma península. é uma espécie de puzzle desencaixado, as peças estão em cima da mesa, falta uma ou outra, mas dá para perceber a figura. Nós entrámos de ferry neste jogo, a ziguezaguear até ao Forte.

Damos com um lugar quieto a flutuar em águas tranquilas, sabemos pouco sobre ele, mas rapidamente percebemos que Cochin é uma história atribulada. Os portugueses foram os primeiros a ocupar esta terra verde, fértil e estrategicamente posicionada. Depois vieram os holandeses, os mysores e os ingleses. E a mescla não acaba, vêem-se por todo o lado todo o tipo de influências – gigantes redes de pesca trazidas pelos chineses, a sinagoga de 400 anos, mesquitas e igrejas de outros tempos, toda uma arquitectura europeia erguida nesta redoma tropical indiana.

Os três da vida airada fizeram-se à vida. Primeiro deixaram-se de frescuras e atiraram-se à comida de rua, bem gordurenta e apetitosa, embrulhada em folhas de jornal (não, não houve dores de barriga, cólicas, nem problemas de maior). Depois, pegaram em bicicletas e fizeram-se à estrada, com pasteleiras perras e enferrujadas a dar a volta ao Forte.

Pelas vielas de Cochin vende-se o artesanato da índia toda, voltam-se a encher as narinas de pozinhos de pimenta, canela, noz moscada, caril, açafrão, alecrim – atchim! Bebe-se chai pelas soleiras das portas e voltamos a parar nas vendas de lata para encher os bolsos.

Damos com o Teatro. Em Cochin vai-se ao teatro para ir à dança ou talvez se vá à dança para ver teatro. O Kathakali é uma excentricidade berrante de olhos arregalados e órbitas bem treinadas, impressionante pela maquilhagem alegórica e pelo guarda-roupa aparatoso. é medonho. As tradições têm esta coisa de ressuscitar demónios antigos e deuses passados e assombrar-nos com representações fidedignas do “como era antigamente”. Saímos perturbados, aborrecidos e cheios de fome.

A 50Km dali as Backwaters. 900 Km em labirinto por canais, rios, afluentes e lagos. 900 Km de caminhos de água que ligam povoações, sem buzinas nem horas de ponta. Estradas silenciosas para onde deslizamos com o último grito sempre atrás. O último grito dos smartphones, com o último grito de Bollywood em alta voz, o maquinão que tira fotos mesmo boas, o saco-lancheira com as Lays, os Donuts e as Coca-Colas para os miúdos, que acabam infalivelmente por fazer a cena da birra e do berro e do “dá cá que é meu”, impacientados com tanto verde e tanto espelho de água. E depois mudamos de barco. Entramos por canais ainda mais estreitos em barcos ainda mais esguios. é preciso optar. Há dois barcos: ou vamos com os putos que não se calam nem estão quietos, ou vamos com o casal dos gordos, onde vai tudo quieto e calado, não vá o barco virar. Vamos com os putos, voltamos com os gordos (o barco não virou, mas esteve quase).

às tantas ficámos as duas. Resta-nos pegar na mochila e seguir em frente.